Mulheres e a Docência
Publicado emNeste 8 de março, assim como em todos os outros dias, desejamos compreender e analisar a feminização do trabalho docente e qual a relação entre ser educadora e mulher, já que essa relação foi construída ao longo de muitos anos e parte do pressuposto de que a mulher tem mais predisposição às atividades que exigem cuidar de pessoas. Tal pressuposto é usado como premissa de que as mulheres, nesse aspecto, não são tão profissionais e, por isso, não precisam ser bem remuneradas. Os dados do Ministério da Educação (MEC) endossam o que percebemos na prática; e evidenciam que as mulheres na educação básica representam 96,4% na educação infantil, 88,1% nos anos iniciais do ensino fundamental e 66,8% em seus anos finais. Mesmo no ensino médio, elas ainda são 57,8% do total dos docentes * . Esses dados evidenciam a diminuição de professoras a medida da evolução das etapas de ensino, o que reflete sobre a disparidade salarial entre docentes mulheres e homens que, no Brasil, ganham 12% a mais **
Portanto, este 8 de Março não se torna apenas uma ocasião para que as mulheres recebam flores e homenagens passageiras, mas sim um momento oportuno para refletir sobre sua história de luta, convocando as pessoas ao enfrentamento das desigualdades e na luta por reconhecimento e valorização das profissionais da educação.
*Censo Educação Básica 2020 – Resumo Técnico
** Fonte: Dados do censo escolar 2020 e da Relação anual de informações sociais 2019, compilados pelo Pindorama via base de dados Mais