ABANDONO ESCOLAR

Autores/as: ANA MARIA ALVES SARAIVA

É a condição do aluno que deixa de frequentar a escola durante o andamento do ano letivo, mas, volta a se matricular no ano seguinte.

A situação de abandono escolar é freqüentemente associada e até mesmo confundida com a evasão escolar. Entretanto trata-se de situações educacionais diferentes, pois, no caso do abandono o aluno retorna à escola no ano seguinte, mas para ser considerada uma situação de evasão escolar é necessário que ele não volte a se matricular.

As principais causas apontadas para o abandono são:

– Necessidade de ingresso precoce no mercado de trabalho;

– Estranhamento e falta de adaptação ao modelo escolar (principalmente no Ensino   Médio);

– Dificuldade de acesso ao estabelecimento escolar.

A taxa de abandono é obtida a partir da diferença entre a taxa de aprovação e a de reprovação considerando-se a situação de 100 % de aprovação:

Taxa de abandono = 100% – Taxa de aprovação – Taxa de reprovação.

Embora a taxa de abandono tenha diminuído nos últimos anos em virtude principalmente das políticas de correção de fluxo e dos programas de aceleração escolar, a taxa ainda é considerada alta tanto para o Ensino Fundamental.

Em 1988 era de 20%, passando em 1995 para 13,6% e em 1996 12,9% de açodo com os dados do INEP/MEC.

No caso do Ensino Médio os valores são ainda mais altos mostrando o descompasso entre esse nível e a expectativa dos jovens com a escola:

Em 1995 o valor da taxa de abandono pra esse nível era e 21,6% e em 1996 15,7 de acordo com os dados do INEP/MEC.

As desigualdades regionais também podem ser percebidas na Taxa de Abandono no Ensino Fundamental, sendo o índice mais elevado nas regiões mais empobrecidas:

Os dados de 1996 mostram essa diferença:

Na Região Norte o índice era de 19%, na Nordeste se eleva para 20,6%, no Sudeste o mais baixo 6,9%, na Região Sul 7,2% e na Centro-Oeste 14,1.

Entre as principais causas do abandono estão a reprovação ou o iminência da reprovação, algumas pesquisas apontam que no Ensino Médio e estranhamento dos alunos e o descompasso entre as suas expectativas e o formato da escola também seriam fatores contribuintes para o abandono.

Por outro lado, a queda apontada na taxa de abandono parece estar relacionada com a implementação de políticas de correção de fluxo e de políticas de transferência de renda vinculadas a permanência na escola.

Apesar da melhoria nos índices de abandono, alguma crítica tem sido feita as políticas que contribuíram para essa situação. A principal é que a correção de fluxo estaria sendo feita sacrificando a qualidade do ensino ofertado, ou seja, o aluno não é mais reprovado e assim permanece na escola, mas apresentando nas avaliações externas resultados insatisfatórios.

Um outro aspecto importante na análise e na adoção de políticas de combate ao escolar é a sua maior incidência no Ensino Médio, sendo que as maiores taxas de abandono são percebidas entre a população de 15 a 17 anos.

Segundo dados do IBGE, o abandono começa a tomar corpo a partir dos 13 anos quando uma parcela de 6% dos jovens abandona a escola, aos 16 esse número se eleva para 17% ,aos 17 sobe para 27% chegando a 47% no final do Ensino Médio (PNAD 2006/IBGE). Importante ressaltar que desses 47% que abandonam cerca de 25% não trabalham o que sugere que o tratamento da questão do abandono pode estar além da relação trabalho/escola sendo importante a pesquisa quanto á adequação do escola aos anseios do aluno adolescente.

Bibliografia

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Glossário da educação. Disponível em: http://www.se.df.gov.br. Acesso em: 29 abr. 2010.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Rio de Janeiro: IBGE, 2006.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS. Censo escolar. Brasília: INEP, 1996.

TODOS PELA EDUCAÇÃO. Glossário. Disponível em: www.todospelaeducacao.org.br. Acesso em: 29 abr. 2010.