ABSENTEÍSMO
Expressão utilizada para designar a falta do empregado ao trabalho. É classificado em absenteísmo voluntário (ausência no trabalho por razões particulares, não justificada por doença); absenteísmo por doença (inclui todas as ausências por doença ou por procedimento médico, excetuam-se os infortúnios profissionais); absenteísmo por patologia profissional (ausências por acidentes de trabalho ou doença profissional); absenteísmo legal (faltas no serviço amparadas por leis, tais como: gestação, nojo, gala, doação de sangue e serviço militar) e absenteísmo compulsório (impedimento ao trabalho devido à suspensão imposta pelo patrão, por prisão ou outro impedimento que não permita ao trabalhador chegar ao local de trabalho) (QUICK & LAPERTOSA,1982). Tem como característica a frequência número de ausências ao trabalho, e duração número de dias de ausência. A incapacidade temporária para trabalhar refere-se ao primeiro período de absenteísmo (curta duração 1 a 7 dias; média duração 8 a 42 dias; longa duração mais de 42 dias). A incapacidade prolongada ou permanente diz respeito aos períodos posteriores ao primeiro período de absenteísmo (MONIZ, 1978). Os fatores relacionados ao absenteísmo entre professores são: adoecimento, satisfação e bem estar, nível de tolerância organizacional e o comportamento dos estudantes. Preditores sociodemográficos do absenteísmo em professores estão relacionados à idade mais jovem do docente, baixo grau de escolaridade na formação e posição hierárquica na organização escolar (ROSENBLATT; SHIRON, 2005). Péssimas condições físicas e materiais, precárias condições de trabalho e problemas sociais vivenciados pelos professores em suas escolas e salas de aula somam-se às novas tarefas, atividades e responsabilidades (ASSUNÇÃO, 2003; GARCIA E ANADON, 2009). O professor, diante das variadas funções que a escola pública assume, tem de responder a exigências que estão além de sua formação. Muitas vezes, esses profissionais são obrigados a desempenhar funções de agente público, assistente social, enfermeiro, psicólogo, entre outras (OLIVEIRA, 2004). Situações de sobreposição de tarefas podem explicar o cansaço físico, vocal e mental do docente e o absenteísmo resultante (ASSUNÇÃO E OLIVEIRA, 2009). O principal diagnóstico de absenteísmo, do tipo afastamento por licença médica, no grupo dos professores, considerando tanto o adoecimento físico quanto o mental, são os transtornos psíquicos. Na sequência, o grupo das doenças referentes às desordens respiratórias, às quais incluem os transtornos vocais, é tomado como o segundo motivo de afastamento (GASPARINI, BARRETO, ASSUNÇÃO, 2005). Os professores são os profissionais da voz com maior prevalência de adoecimento vocal. A disfonia relacionada ao trabalho docente abrange os riscos aos quais os professores estão expostos (BEHLAU et al., 2005). O absenteísmo docente tem impacto no aprendizado dos estudantes, na qualidade de vida dos sujeitos, afetando a organização do trabalho e o sistema educacional como um todo, seja sob a perspectiva do âmbito profissional e social e pelas significativas perdas financeiras para os cofres públicos (ASSUNÇÃO, 2003; ROGERSON; DODD, 2005). Contudo, a relação entre absenteísmo no trabalho e doença não significa uma condição de analogia direta, uma vez que, em muitos casos, o trabalhador doente não necessariamente se ausenta ao trabalho. O processo de adoecer, faltar ao trabalho, melhorar e retornar ao trabalho é visto em termos de falta de equilíbrio entre a pessoa e o ambiente, isto é, os problemas de saúde podem surgir em resultado de uma discrepância entre a carga de trabalho (exigências e necessidades) e a capacidade do trabalhador (aptidões e competências). O regresso ao trabalho depende da evolução da doença e das barreiras de reintegração. Esse processo é influenciado por fatores individuais, fatores inerentes à empresa e ao local de trabalho e fatores sociais. (BROWN, et al, 2005).