AUXILIAR DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Refere-se a um conjunto de profissionais que atuam em funções de apoio ao trabalho pedagógico, em especial ao trabalho docente, nas instituições de educação infantil. Em alguns cenários educativos, geralmente creches, assumem o atendimento às crianças, sob supervisão de equipe pedagógica. Dentre as diferentes formas de nomear essas funções no cenário nacional, temos auxiliar, assistente ou educador de educação infantil, auxiliar de atividades educativas, auxiliar de desenvolvimento infantil, auxiliar de berçário, auxiliar de recreação, auxiliar de creche, auxiliar de turma, berçarista, babá, pajem, monitor, recreador, recreacionista, atendente, professor auxiliar e outras. Com exigência de formação vinculada ao ensino fundamental ou médio, mesmo inseridos nas instituições educativas pertencentes aos sistemas de ensino, geralmente esses profissionais não pertencem aos quadros da carreira do magistério (SILLER & CÔCO, 2008; ASSIS, 2009). Com isso, a maioria deles exerce atividades diretamente com os estudantes sem contar com garantias e direitos referentes à jornada de trabalho, piso salarial, configuração de carreira e investimento em aperfeiçoamento, estudos e planejamentos, preconizados para o magistério (cf. Art. 67 da Lei 9.394/96). Assim, compõem, no campo profissional relativo ao trabalho docente, figuras paralelas ao trabalho do professor marcadas por atribuições associadas ao atendimento das necessidades de alimentação, higiene, bem-estar, proteção e segurança, de modo a facilitar que a atuação docente se efetive em momentos específicos com atividades estruturadas ligadas aos aspectos de ensino-aprendizagem. A configuração desse contexto de trabalho, com categorias distintas pautadas pela hierarquização das ações educativas, ecoa nas formas de atendimento às crianças e na configuração das profissionalidades, evidenciando uma perspectiva não unificadora dos eixos cuidado/educação que desconsidera as proposições de uma concepção ampliada de cuidado que inclui as atividades ligadas à proteção e ao apoio necessário ao cotidiano das crianças como parte integrante do processo de educar (CAMPOS, 1994; FARIA, 2005; CÔCO, 2009). Na especificidade do trabalho na educação infantil vinculado à promoção de ações educativas com vistas ao desenvolvimento integral das crianças (ROCHA, 1999; CERISARA, 2004; GARANHANI, 2010), a configuração desse quadro profissional vem acompanhada da necessidade de profissionalização e formação dos educadores associada ao reconhecimento dos profissionais como docentes (KISHIMOTO, 2004; BONETTI, 2005; GOMES, 2009) Ademais, aponta a demanda de articulação cotidiana de saberes e fazeres entre profissionais no trabalho com o mesmo grupo de crianças (CÔCO, 2005; KRAMER, 2005), no bojo da luta por melhorias nas políticas de valorização do conjunto dos educadores.