ESCOLARIDADE

Autores/as: ALEXANDRE W. B. DUARTE

Indicador amplamente utilizado nas análises de quadros educacionais o qual, no caso brasileiro, toma como base o número de anos de estudos concluídos com aprovação pelo indivíduo. Segundo as bases de dados das estatísticas educacionais oficiais do Brasil, dadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), Censo populacional e pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), a correspondência se dá de forma que cada série escolar concluída com êxito, de acordo com o sistema educacional brasileiro, equivale a um ano de estudo. O artigo 21 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) determina que o sistema educacional brasileiro seja composto por: Educação Básica, que compreende a educação infantil, ensino fundamental e ensino médio; e Educação Superior. A educação infantil, após a Emenda Constitucional (EC) n° 53 de 2006, que reduziu em um ano essa etapa de ensino, concentra os indivíduos com até cinco anos de idade. O ensino fundamental inicia-se aos seis anos de idade com a duração de nove anos. O ensino médio, por sua vez, é subsequente ao fundamental e tem duração mínima de três anos. A Educação Superior, disposta no Capítulo IV da LDBEN, compreende os cursos: sequenciais, de graduação, de pós-graduação e de extensão. Entretanto, para fins analíticos, o número médio de anos de estudo é trabalhado a partir da pré-escola (anos finais da educação infantil que concentra as crianças de quatro e cinco anos de idade), período no qual, segundo determina a Emenda Constitucional nº 59 de 2009, inicia-se a educação formal e obrigatória.

É importante salientar os efeitos da EC nº 59/2009 bem como da EC nº 53/2006 nas pesquisas que trabalham com o indicador escolaridade baseado no número de anos de estudo do indivíduo, uma vez que houve um aumento absoluto do número de anos correspondentes à educação formal e obrigatória. Estudos anteriores, portanto, tendem a considerar o ensino obrigatório e formal iniciado aos seis anos de idade (pré-escola) e um ensino fundamental com oito anos de duração.

Rios Neto et al (2005) aponta que pelos menos três variáveis têm efeitos diretos sobre a escolaridade. A idade do indivíduo influencia o indicador, na medida em que “o sistema de educação exige uma idade mínima de entrada na escola, bem como a continuação na escola depende em grande parte do retorno no mercado de trabalho que, por sua vez, tem uma relação estrita com a idade”; o período ou contexto temporal no qual o indivíduo se insere, “pois a situação econômica interfere na entrada, promoção de uma série para outra e continuidade no sistema de ensino, além da implementação de políticas educacionais em determinado período”; e a coorte a qual pertence o indivíduo, visto que as coortes “são únicas e possuem características e padrões sociais únicos” (RIOS NETO et al., 2005, p.5).

Bibliografia

BRASIL. Emenda Constitucional nº 53, de 19 de dezembro de 2006. Dá nova redação aos arts. 7º, 23, 30, 206, 208, 211 e 212 da Constituição Federal e ao art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Diário Oficial da União, Brasília, 9 mar. 2006.

BRASIL. Emenda Constitucional nº 59, de 11 de dezembro de 2009. Acrescenta § 3º ao art. 76 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias para reduzir, anualmente, a partir do exercício de 2009, o percentual da Desvinculação das Receitas da União incidente sobre os recursos destinados à manutenção e desenvolvimento do ensino de que trata o art. 212 da Constituição Federal, dá nova redação aos incisos I e VII do art. 208, de forma a prever a obrigatoriedade do ensino de quatro a dezessete anos e ampliar a abrangência dos programas suplementares para todas as etapas da educação básica, e dá nova redação ao § 4º do art. 211 e ao § 3º do art. 212 e ao caputdo art. 214, com a inserção neste dispositivo de inciso VI. Diário Oficial da União, Brasília, 12 nov. 2009.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996.

RIOS NETO, E. et al. Atualização das projeções de anos de estudo com base nas PPSs. In: RIOS NETO, E. (Org.) Educação e população: módulo produtividade educacional com base nas pesquisas domiciliares e censo demográfico. Brasília: INEP, 2005. Disponível em: <http://www.inep.gov.br/estudos_pesquisas/indic_educacionais/default.htm>. Acesso em: 30 ago. 2010.