FORMAÇÃO HUMANÍSTICA
É uma concepção do processo formativo escolar na qual se toma a educação como um fenômeno histórico-social que exerce uma influência decisiva na formação do homem ao longo de toda sua vida e que está centrado nele. Do ponto de vista teórico, é o francês Emile Durkheim a quem se considera o antecessor primigênio da primeira tentativa de sistematização da noção de educação como instituição social e em defender o papel que exercem as gerações adultas no sistema de influências exercido sobre as mais jovens. Essa sistematização constitui uma pedra angular na formação humanística, já que a personalidade se forma e desenvolve não só por ações que realiza a escola, mas por toda a influência que a família, o bairro, a comunidade, a sociedade toda exerce nela. (Cf: relação escola comunidade)
Na Pedagogia Cubana, a formação do homem se concebe como resultado de um conjunto de atividades organizadas de modo sistemático e coerente, que lhe permitem atuar consciente e criadoramente. Esse sistema deve prepará-lo como sujeito ativo da sua própria aprendizagem e de seu desenvolvimento, fazê-lo capaz de transformar o mundo em que vive e transformar-se a si mesmo; formar o homem é prepará-lo para viver na etapa histórica concreta em que se desenvolve sua vida (BAXTER, 2002, p.144).
A formação humanística considera que o homem se educa durante toda a vida, sob a influência de toda a sociedade, dentro da qual a escola ocupa um lugar central, procura-se nela seu desenvolvimento pleno, o qual abrange o desenvolvimento da sua personalidade e dos aspectos significativos, conscientes dela, entre os quais se encontra seu compromisso com a própria sociedade que o educa. Observa-se como a partir das Teses e Resoluções do Primeiro Congresso do Partido Comunista de Cuba, ao definirem-se os fins da educação, este aspecto da formação já foi considerado, a saber: formar as novas gerações e todo o povo na concepção científica do mundo, ou seja, a do materialismo dialético e histórico; desenvolver em toda sua plenitude humana as capacidades intelectuais, físicas e espirituais do indivíduo e fomentar nele elevados sentimentos e gostos estéticos; converter os princípios político-ideológicos e morais comunistas em convicções pessoais e hábitos de conduta diária (CUBA, 2010, p33).
Do ponto de vista metodológico, a formação humanística vai além da instrução e da cognição. Segundo Horruitiner (2006), para conseguir esse objetivo, não basta introduzir determinadas disciplinas humanísticas nos currículos, é preciso que haja transformações curriculares de maior importância, nas quais todas as disciplinas acadêmicas, a partir de suas próprias possibilidades de desenvolver o humanístico, participem coerentemente dessa empreitada. Somado a isso, a universidade toda deve viver um clima de influências desse tipo, abarcando não só a professores e estudantes, como também toda a comunidade universitária, com um enfoque integral para essa tarefa.
O desenvolvimento de uma vida cultural ativa, a participação sistemática de estudantes e professores em projetos sociais comunitários e, em geral, o vínculo da universidade com programas sociais de envergadura fortalecem essa tarefa e propiciam um clima favorável para atingir tais objetivos. (HORRUITINER, 2006).